Toda obra de arquitetura, de uma forma ou de outra tem impactos sobre o ambiente. Na escolha de materiais e processos construtivos são estabelecidas conseqüências quanto a métodos de extração dos seus componentes, aos mecanismos da sua transformação, a gastos de energia e emissões associadas, e posteriormente quanto a requisitos de manutenção, demolição, reciclagem. No entanto, raras vezes essas preocupações são consideradas por aqueles que promovem os edifícios ou pelos técnicos que os projetam.
O ambiente construído é um bem relativamente duradouro. Todas as decisões de projeto devem ser estabelecidas a partir de critérios globais, e não apenas visando a economia dos custos da construção.
A questão da energia é, de todos os critérios que envolvem uma obra, uma das mais importantes para a manutenção de uma boa qualidade de vida. A pressão exercida pelo preço dos combustíveis, as flutuações na oferta e as considerações ambientais que lhe estão associadas, faz com que este seja um tema merecedor de crescente atenção. Os edifícios consomem uma boa fatia da produção energética de cada país. Melhorar sua eficiência deve ser um dos principais objetivos do arquiteto.
Entretanto, um dos maiores problemas para que este tema tenha um avanço significativo, é a falsa impressão de que a adequação do desenho de um edifício à características que proporcionem uma melhor eficiência energética, geram um aumento significativo de custos de construção.
A Casa DT, projetada pelo arquiteto Jorge Graça Costa, situada em Oeiras, Portugal, é um exemplo interessante de um projeto que reflete na sua base muitas destas preocupações, pois demonstra de forma exemplar como a eficácia energética resulta não tanto da exibição de meios – tecnológicos ou materiais – mas da sua capacidade em responder racionalmente às muitas exigências que a vivência humana lhe coloca.
A partir de uma volumetria extremamente simples e compacta, a disposição dos espaços internos obedece a uma regra que visa fundamentalmente a utilização racional da energia natural. Desta forma, não surpreende que o pavimento superior esteja parcialmente projetado sobre o térreo, pois esta disposição permite o sombreamento do pavimento inferior sem interferir na luminosidade destes ambientes. Além disto, todas as fachadas do edifício foram concebidas a partir de um estudo minucioso da incidência do sol sobre o objeto, de forma a promover uma maior eficiência térmica aos espaços internos.
Por mais simples que possa parecer, o fundamental desta estratégia é que o resultado plástico do edifício não foi um mero acaso, ou uma simples busca por um formalismo artificial, mas surgiu da necessidade de prover conforto à edificação. Com extrema simplicidade, sentido de economia e racionalidade, a Casa DT é um exemplo de que a arquitetura pode e deve ser funcional, sustentável e, acima de tudo, bela.
Buscando levar mais “verde” e ar fresco para a vida entre quatro paredes nas grandes cidades, trazemos aqui algumas ideias de designers que propõem soluções ecológicas inusitadas para incorporar a natureza em ambientes domésticos e/ou corporativos. Confira:
Horta de teto:
Que tal ter um pequeno jardim pendurado no teto de casa? O designer José de la O criou uma luminária que funciona como uma horta. Apelidada de “Vicky”, a peça utiliza uma lâmpada especial que ajuda as plantas crescerem, tornando-se assim um recurso para o cultivo de alimentos em ambientes urbanos que têm pouco espaço. A base do terrário pode ser plantada com uma mistura de solo e musgo, e pode acomodar uma variedade de plantas vegetais de pequeno porte ou ervas aromáticas como alecrim, manjericão ou salsinha.
Dois em um:
Equipamentos de exercício não são nada decorativos, mas três designers franceses pretendem mudar isso com sua criação Green Wall Arceas. Quando fechado, o aparelho faz as vezes de uma parede móvel com encaixe para suas plantas favoritas. Mas quando aberto, vira uma verdadeira máquina de exercício multiuso, com puxadores e barras ao longo da estrutura que ajudam a alongar e fortalecer os músculos, além de um tapetinho de yoga para atividades no chão. Sem contar que é super discreto, ocupando pouquíssimo espaço no cômodo.
Lustre ecológico:
O designer Omer Arvel, da empresa canadense Bocci, é o criador deste lustre branco e moderno que une sofisticação com toque fresco dos componentes naturais. A luminária é feita de esferas de vidro com espaço para lâmpadas e também para a introdução de plantas rasteiras, que ficam penduradas delicadamente.
Ecossistema de escritório:
Pensando em algo que pudesse unir a funcionalidade de um item de escritório, com arte e também natureza, o designer de peças Deger Cengiz criou o Dino Desk Lamp. Trata-se de uma luminária de mesa com espaço que tanto pode servir para colocar canetas e lápis, ou, para acomodar uma muda de planta. O “Dino” do nome é uma alusão à criaturas pré-históricas – segundo seu criador, o pescoço da lâmpada lembra o de um dinossauro. Tem mais, a haste é flexível e ajustável a alturas variadas.
Morada verde:
Precisando de algumas plantas para sua parede? Esses bolsões verdes da designer Maruja Fuentesare montados a partir de materiais reciclados é uma das soluções mais descontraídas. O objetivo é criar a ilusão de que as plantas estão crescendo a partir da instalação na parede, o que dá a senação de que a natureza está integrada com o ambiente. Além do visual clean, a parede vegetada ajudar a purificar o ar de casa.
Mesa musgo:
Durante o Salão de Design de Milão, a dupla Alex Driver e Peralta Carlos apresentou um produto-conceito inovador chamado “Moss Table”, ou Mesa Musgo. O projeto baseia-se na biotecnologia fotovoltaica (BPV, na sigla em inglês) que aproveita o excedente de energia gerada no processo de conversão natural da luz realizado pelas plantas – a fotossíntese – para gerar energia. A base da mesa, onde ficam potinhos de musgos, conta com uma variedade de dispositivos BPV que captam a energia desperdiçada na fotossíntese e geram energia suficiente para abastecer um pequeno relógio digital.
Mesa-solo:
Ori Mishkal, um estudante de design de Jerusalém, resolveu trazer a natureza para dentro de casa de uma forma no mínimo divertida, invertendo a posição tradicional que as samambais ocupam. Ao invés de penduradas no teto ou na parede, elas foram incorporadas a uma mesa especial para ficar de ponta-cabeça. A criação chamada de “Mesa-Solo” serve apenas para decoração.
FONTE: casa.com.br
Esta semana um colega me perguntou o que eu achava a respeito do minimalismo, um conceito que normalmente é remetido a espaços ou lugares compostos por um mínimo de elementos construtivos.
Minha primeira reação foi comentar que, primeiro de tudo, devemos abandonar a idéia do minimalismo como estilo para considerá-lo como uma maneira de pensar em relação ao espaço, onde suas proporções, superfícies e o modo em que deixa passar a luz, resulte na expressão simples de um pensamento complexo.
Digo isto porque um dos grandes equívocos em relação aos espaços mínimos é que estes são geralmente associados a movimentos onde a renúncia constitui um aspecto essencial. Porém, o minimalismo nunca deve ser visto como uma arquitetura privativa, abnegada ou ausente, pois não é definida pelo que falta, mas sim pelo caráter acertado do que está presente. Em outras palavras, não se trata de estabelecer uma arquitetura de privação, mas sim de criar contextos idôneos para as coisas que importam no espaço, reduzindo os elementos de aparência para aquilo que é fundamental.
Geralmente, as pessoas tendem a centrar-se na idéia da renúncia como se, em certo modo, se tratasse somente de se desfazer dos móveis e pintar as paredes de branco. Em contrapartida para mim, a qualidade deste tipo de espaço não reside na negação, mas sim na total clareza visual, onde o olho, a mente e o corpo estão cômodos, sem nada que distraia o pensamento. É colocar ênfase na qualidade das experiências sensoriais, colocando sempre o indivíduo no centro.
Vivemos preocupados por idéias em relação ao futuro quando, em realidade, tentamos constantemente fazer com que o presente nos pareça sempre novo e atraente. Na arquitetura isto se traduz em contínuos programas de reformas, onde mudamos tudo ao mesmo tempo em que nada. Se o motivo do nosso interesse pelo futuro é o desejo de lograr um presente que nos satisfaça – no plano físico, visual e psicológico – é possível desenvolver formas perpetuamente interessantes, que existam a margem da influência da moda e do passar do tempo? Isto é o que, na minha opinião, a estética da simplicidade, com seu vasto potencial de riqueza e sensualidade, nos oferece.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Esta bela casa para um casal contemporâneo minimalista faz uso do espaço negativo de forma esplêndida. A localização da casa no terrono torna o projeto de uma dramaticidade impar, pois é caracterizado por uma encosta íngreme e uma árvore de chá única. Sua localização permitiu o projeto de se tornar uma exploração em que encerra os rituais básicos da vida doméstica dentro de formas de construção contidas.
Preservar hoje, para ter sempre: é este uma das metas da construção do Piazza San Marco. Investindo na valorização das pessoas através da preservação da história e dos preceitos da sutentabilidade, os efeitos e consequencias da ecologia verde já começam a aparecer por aí. Com um projeto racional e com foco na Arquitetura Verde, o empreedimento visa garantir um ambiente para o melhor viver das pessoas.
Nos últimos anos, surgiram inúmeras maneiras de se praticar a sustentabilidade. Algumas pessoas já se conscientizaram de que o meio ambiente precisa ser respeitado e viraram adeptas da “Arquitetura Verde“: sinônimo de uma arquitetura que respeita a consciência ecológica. Podemos dizer que ela é a arquitetura deste nosso novo milênio. É educar quanto ao uso de placas de captação da energia solar, reutilização da água consumida, captação da agua da chuva para uso domiciliar e reciclagem do lixo.
Por sua vez, o conceito de “Arquitetura Verde” ou “Arquitetura Sustentável” consiste numa nova visão em relação à maneira de construir e reformar. Seu objetivo é minimizar o impacto dos edifícios para com a natureza, usando materiais, espaço e energia que respeitem o ambiente em que vivemos.
Apropriando-se do conceito de construir e reformar, a Casa Fischer – casarão eclético construído por volta de 1940 – que faz parte do empreendimento, está sendo totalmente reformada, preservando todo o estilo histórico da época. A Casa fará parte da área de lazer do Piazza San Marco. Além disso, os móveis do local serão feitos a partir das madeiras reaproveitadas das árvores retiradas do próprio terreno. Nada se perde, tudo se transforma!
Texto e fotos: Jeferson Saldanha Ramos (jornalista)
No dia 02 de outubro de 2012, alunos do 2º Ano do Ensino Médio da IENH realizaram uma visita guiada pela obra do Residencial Piazza San Marco. A visita faz parte da VII CIARTEC – semana das ciências, Artes e Tecnologia – que tem como objetivo promover e integrar projetos em diversas áreas.
No local, equipados de capacetes – item obrigatório em qualquer empreendimento desta dimensão – os estudantes foram recepcionados pela engenheira Bianca Andrade, que apresentou a história e desenvolvimento do projeto do prédio, sobretudo os preceitos que contribuem para a preservação do meio ambiente visando a sustentabilidade.
Na Casa Alles/Fischer – que está sendo restaurada para servir como centro de convivência e lazer – a restauração e preservação da estrutura da Casa construída originalmente nos anos 1940 foi lembrada. Além disso, a atenção dada ao reaproveitamento da água da chuva e da madeira das arvores derrubadas que serão reutilizadas na forma de móveis no local também foram lembradas como características de uma nova visão que os arquitetos e engenheiros vão aderindo cada vez mais às obras: a Arquitetura Verde, que tem como objetivo manter e preservar o que já existe, contribuindo para o bem viver dos futuros moradores do empreendimento.
De acordo com a professora Rosália de Mello, a experiência dos alunos da disciplina de Educação Financeira foi muito interessante. “Em nosso currículo, o tema sustentabilidade é sempre explorado e esta visita guiada, promovida pela parceria IENH e Athivabrasil contribui para a vida dos estudantes”. A professora ainda ressalta a importância que cada vez mais o jovem dá aos princípios sustentáveis. “A questão da preocupação para com o meio ambiente no lugar em que irão morar um dia, certamente será mais um fator determinante na escolha do imóvel”.
Dizem que os edifícios projetados pelo arquiteto alemão radicado nos EUA Mies van der Rohe, sendo ou não bem sucedidos, são sempre uma afirmação sobre o mundo e nunca simplesmente uma afirmação sobre si mesmo. Este talvez seja um dos principais motivos de sua inegável influência sobre a arquitetura mundial.
No ano de 1945, a física Edit Farnsworth encomenda a Mies van der Rohe uma residência de final de semana, que viria a ser construída em uma das suas propriedades localizada próxima a cidade de Chicago.
O desenho do projeto revela de forma sublime o resultado prático de um dos mais famosos lemas do arquiteto, “menos é mais”. Construída sobre oito colunas de aço, a casa parece flutuar sobre o terreno, resultando em um volume extremamente puro e leve. Porém, antes de ser visto como um capricho do autor, a elevação do edifício se fez necessária devido aos períodos em que o rio transborda, alagando grande parte da propriedade.
O edifício se organiza a partir de duas plataformas retangulares que, dispostas em níveis distintos, distribuem todo o programa residencial. Seu perímetro construído com painéis de vidro do piso ao teto expande o espaço interno em direção ao exterior.
A partir da comunhão desta profunda horizontalidade com a transparência absoluta, o espaço residencial flui de forma excepcional, compondo com a natureza um conjunto perfeitamente equilibrado. Os recursos mínimos, porém não menos complexos, são um dos principais motivos desta arquitetura.
Em resumo, desde uma perspectiva geral, poderíamos nos referir a casa Farnsworth como uma caixa retangular de vidro suspensa por uma superfície plana, idêntica a que lhe serve de cobertura.
Construída a mais de cinqüenta anos, a casa Farnsworth continua servindo de exemplo para inúmeros arquitetos de todo o mundo.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Sempre afirmo que a arquitetura deveria ser uma resposta lógica a um problema específico de determinado local. Isto significa que a forma de uma edificação deixa de ser um simples componente do projeto para adquirir um caráter mais profundo, sintetizando no seu desenho o programa, a técnica e o lugar.
Assim, na medida em que cada projeto passa a ser uma reação determinada por regras distintas, pois distintos são os lugares, técnicas construtivas e programas, o resultado sempre será único, mesmo que apresente características similares a outros edifícios.
Para ilustrar meu raciocínio dou como exemplos o edifício da Loja Forma em São Paulo, projeto do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha e o Museu Guggenheim de Bilbao, projetado pelo arquiteto canadense naturalizado americano Frank Gehry.
Construída em 1987, a Loja Forma apresenta uma geometria extremamente elementar, onde sua intensidade formal consegue atrair a atenção daquele que por ali passa sem ter que recorrer a formalismos inconseqüentes. Elevada do solo de modo a permitir que se estacione sob ele, o corpo do edifício apresenta um número reduzido de elementos na medida em que está localizado em uma avenida repleta de edificações de todas as formas e cores possíveis, que apenas materializam o caos existente do lugar. Junto à fachada frontal, surge uma única vitrine que, elevada e ocupando toda a largura do edifício, facilita sua visualização pelos que passam de carro em alta velocidade. Ao optar pela simplicidade construtiva/formal, considero o edifício de Paulo Mendes da Rocha um dos projetos mais importantes dos últimos 20 anos no Brasil.
Aberto em 1997, o Museu Guggenheim foi fruto de um concurso instituído com o intuito de revitalizar não somente a área adjacente ao edifício, mas toda a cidade de Bilbao, que passava por uma grande crise econômica. Neste sentido, a construção do museu deveria ter a capacidade de estabelecer uma ponte entre o turista e a cidade, de forma a aquecer sua economia. Vencido pelo arquiteto Frank Gehry, o edifício apresenta formas extremamente curiosas que criam um grande contraste com o entorno próximo. Sem nos determos aos pormenores da obra, podemos verificar uma certa validade no projeto de Gehry, pois mesmo dotada de uma geometria complicada acabou configurando um objeto pertinente em relação ao problema imposto pelo lugar, manipulando a forma de modo a relacioná-la com as condições que lhe deram origem.
Sem buscar algum tipo de comparação entre as obras, pois particularmente acho o projeto da Loja Forma de uma qualidade e um refinamento incomparável, podemos afirmar que ambos edifícios são estruturados a partir da busca por uma forte intensidade formal que os destaquem em relação ao lugar onde estão inseridos. Enquanto um opta pela simplicidade formal de modo a ter uma maior legibilidade em um meio urbano dotado de um excesso de formas e estímulos visuais, o outro busca exatamente o contrário, adotando uma forma insólita onde a lógica visual seja estabelecer um contraste com o território existente.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Para animar e deixar com o seu jeito de ser, quadros combinam perfeitamente com ambientes modernos e podem ser uma meneira simples de mostrar seu estilo. Você pode conferir maneiras de arranjar quadros na parede e combiná-los com tapetes, pratos e bandejas.
O colorido traz alegria. Neste apartamento, o arquiteto Gustavo Calazans montou a sala de jantar com móveis que o casal de moradores trouxe na mudança. “A mesa e as cadeiras Tulipa são clássicas e fáceis de combinar. Sugeri mesclá-las a duas cadeiras coloridas, que estavam na cozinha”, conta. A tapeçaria venezuelana, presente da mãe do proprietário, alegrou a parede, na qual pranchões laqueados compõem o aparador.
A parede de tijolos pintados de branco serve como moldura para a coleção de arte da moradora, que inclui nomes como Adriana Varejão e Rosângela Rennó. Tela de caveira de Marcelo Catalano. O neon é inspirado na obra da artista Jenny Holzer. Sofás da Novo Ambiente compõem o estar.
Nesta sala de estar, a estante de linhas retas, feita de freijó lavado foi projetada sob medida para guardar os livros e emoldurar o quadro do artista plástico Claudio Kuperman – o destaque do ambiente.
Neste espaço, o destaque é para a composição de quadros – todos eles emoldurados por Mara Molduras para formar o arranjo na parede. O banquinho mais alto foi desenhado pelo mestre Sergio Rodrigues. O abajur é da Bertolucci e o tapete, da Botteh.
Neste quarto, a composição de quadros na parede revela as referências culturais do morador. Coloridos e com diferentes tamanhos, a composição na parede também admite outros acessórios e deixa a parede da cabeceira ainda mais descolada.
Neste canto de refeições, sobressaem os pratos coloridos criados pela designer italiana Paola Navone. Eles substituem os quadros nesta composição e são fixados em um painel de freijó lavado.
Focada na vida rápida e descontraída dos casais modernos, este espaço da arquiteta Francisca Reis é uma garagem com cara de loft. “Aqui, os moradores guardam o carro no mesmo lugar em que recebem os amigos”, explica. O extenso móvel de nogueira expõe nas prateleiras objetos decorativos, enquanto os itens de mecânica se escondem nas partes fechadas. Para aguentar o tráfego do ambiente, piso de madeira de demolição. Fotos na parede de Beto Riginik.
Por que não usar quadros no banheiro? Neste ambiente, as plaquinhas de madeira com imagens de mulheres nuas são da década de 20 e foram garimpadas em uma das andanças da moradora em busca de matéria-prima para reciclar. Têm a mesma origem as pequenas molduras de bronze, que foram pintadas de branco e ganharam espelhos. (Fonte: Casa.abril.com.br)
A historiografia recente mostra que o desenvolvimento da arquitetura no Brasil está estruturado basicamente a partir da importação sistemática de um repertório de projetos construídos no hemisfério norte. Esta característica faz com que o mercado gere uma constante expectativa em relação à produção estrangeira, com o objetivo de obter uma coleção de modelos para a produção nacional.
Então fica a questão: Ao copiarmos estes exemplos, obteríamos o mesmo sucesso encontrado com os edifícios dos países Europeus?
É evidente que não. E isto pode ser explicado simplesmente pelo fato de que cada elemento proposto é o resultados de profundas e específicas reflexões ante os problemas encontrados apenas no lugar em que foram projetados. Ao reproduzir estes objetos em condições distintas, estaremos desrespeitando as características de cada cidade, criando uma arquitetura artificial e sem nenhum vínculo com o lugar.
Isto não quer dizer que não devemos analisar o que se concebe fora de nosso país, mas sim, que tenhamos uma grande capacidade de discernimento perante o mercado internacional, de modo a reinterpretar os resultados de acordo com as necessidades de nosso território.
É importante entender que o objetivo da arquitetura não é a busca pelo inovador ou o insólito. Estas características geralmente resultam em edificações confusas, que somente alimentam o caos contemporâneo encontrado nas cidades brasileiras.
Buscar inspiração em outras arquiteturas não deve resultar na cópia da mesma, mas sim, na eleição dos critérios que obtiveram êxito neste contexto, tomando-os como base para a criação de novos edifícios.
Antes de copiarmos a forma, devemos reproduzir os princípios.
Um excelente exemplo de reinterpretação é o projeto do MASP de autoria da arquiteta italiana radicada no Brasil, Lina Bo Bardi. Sua estrutura formal, resultado da exteriorização dos elementos de apoio em benefício da criação de um espaço interno totalmente livre, pode muito bem ter sido derivado do projeto do Crown Hall para a cidade de Chicago, uma das obras primas do arquiteto alemão radicado nos EUA, Mies van der Rohe.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.