Sendo que o Residencial encontra-se em fase final e com o cronograma de entregas personalizado em dias de entrega, a Athivabrasil convidou todos os proprietários para um evento de confraternização na área social que inclui a belíssima casa Alles/Fischer minuciosamente restaurada e mobiliada. O evento aconteceu ontem, dia 19 de dezembro
de forma especial aos proprietários, foram convidadas ainda as imobiliárias exclusivas e os colaboradores da área de engenharia e obras responsáveis pela execução.
Em uma festa intimista, a abertura foi de Maiquel Dilly – diretor da athivabrasil – onde afirma que o Piazza San Marco sempre se destacou por ser diferente, inovador e com qualidades ímpares. “Quando resolvemos entrar para o ramo imobiliário, nosso objetivo não foi apenas o de investir, mas também o de trabalhar em algo que acreditamos. E toda a concepção do projeto do empreendimento nos motivou muito. Seguramente, o Piazza é um lugar que nós gostaríamos de morar. Cumprimentamos os proprietários e nos sentimos muito seguros em afirmar que todos estarão em um lugar muito especial. Agradecemos pela confiança e esperamos que sejam muito felizes com esta aquisição”.
Após entrega simbólica ao Proprietário Marcelo Alves, este, com a palavra, lembrou que ele, quando criança, brincava neste local. Foi escolhido para simbolizar a todos, porque foi o primeiro comprador a afirmar – Quero morar neste local!
Finalizando a solenidade, o Diretor Alessandro Dilly afirma que a athivabrasil tem como proposta de negócio ser uma empresa alicerçada na credibilidade, confiança, agilidade e inovação em seus projetos, buscando permanentemente estar comprometida com a satisfação e realização dos seus clientes. Possui ainda, compromisso total e irrestrito com o meio ambiente e não dispensa nenhuma inovação tecnológica em seus empreendimentos. Agradece a atenção e deseja que os proprietários sejam felizes com a aquisição.
Em um clima de muita alegria e simpatia, todos os proprietários receberam seu cronograma de entrega com uma champanhe para suas festas de “casa nova”.
Confira AQUI todas as fotos do evento, na galeria especial de fotos.
Mesmo não sendo o objetivo exclusivo da arquitetura, não há como discordar que a forma é seu resultado inevitável. Esta afirmação acaba estabelecendo que a criação de formas seja talvez a principal conseqüência da arquitetura.
Esta condição é extremamente importante na medida em que ao projetarmos algo e, conseqüentemente, definirmos sua aparência, estamos interferindo de maneira decisiva na construção da espacialidade e da formalidade urbana.
Neste sentido, a forma de determinado objeto deveria ser estabelecida a partir da relação entre o edifício novo com os demais elementos constituintes do seu entorno, pois a obra arquitetônica não deve ser indiferente ao ambiente em que se insere, para que não corra o risco de tornar-se “estranha”, chamando a atenção por um tempo limitado.
E isto não quer dizer que todo novo projeto deva seguir o mesmo caminho estético estabelecido por seus vizinhos, porque muitas vezes a monotonia de determinado local estimula na criação de uma arquitetura que, dentro de um raciocínio lógico, seja original.
Acima de tudo, acredito que devemos entender a forma como uma síntese do programa, da técnica construtiva e do lugar, que é obtida fundamentalmente por meio da ordem visual.
É evidente que a arquitetura possui um componente artístico bastante elevado. Porém, esta caracterização não se dá porque a obra causa espanto, mas sim porque apresenta uma perfeita coordenação entre as partes que a compõem e ao seu entorno.
Comparto da opinião do arquiteto e professor da UFRGS Edson Mahfuz, que afirma que a criação de formas inconseqüentes apenas auxilia no estabelecimento de uma arquitetura que se esgota nela mesma, não ensina, não educa e não tem descendência digna.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Uma das qualidades mais importantes na criação de qualquer obra arquitetônica é a pertinência da mesma em relação ao local onde será construída. A relação com o espaço que a circunda, seja este natural ou construído, é fundamental para que o novo edifício estabeleça relações que auxiliem na qualificação do lugar.
O interessante, é que as relações estabelecidas entre obra e lugar não precisam ser de continuidade ou mimetismo. Muitas vezes, os contrastes estabelecidos entre ambos elementos é que proporcionam a beleza ao conjunto. Este parece ser o caso da casa Buzzeta, de autoria do arquiteto Felipe Assadi.
Construída no Chile (país onde se produz atualmente uma das mais qualificadas arquiteturas do mundo), esta é uma residência de verão localizada sobre uma encosta de 120 metros de altura em relação ao mar. O lugar apresenta excelentes condições para o vôo em parapente, o que sugeria um volume que se enfrentasse ao vento, potencializando a condição da pendente de forma a estabelecer uma dramática relação com o mar.
As fachadas da residência foram desenhadas a partir de distintas estratégias em relação ao entorno. A fachada voltada ao mar abre-se por completo no intuito de estimular as vistas sobre o oceano enquanto que a face posterior, orientada ao acesso do edifício, é formada por um sistema duplo de painéis de madeira, que ao camuflar a porta de entrada estimula a criação de uma grande tela. As fachadas laterais estão trabalhadas com janelas circulares, que somadas com a inclinação do volume, recordam a uma nave que contrasta com o plano de fundo formado pelo mar.
O interior da edificação está estruturada de forma simétrica, ordenado por um espaço de dupla altura ao qual está distribuído os demais ambientes. Este espaço está protegido da insolação através de uma série de perfis de madeira que são agrupados de modo a estabelecerem um grande quebra sol (brise-soleil) que proporciona a sombra necessária para o conforto térmico do local. Aliando a pureza característica das boas arquiteturas, a simplicidade com que a casa Buzzeta enfrenta o lugar é uma das grandes lições da arquitetura contemporânea. No Chile, tem uma casa pronta para voar.
Recebi um interessante e-mail com um projeto surpreendente. Vale a pena conferir!
Este é um projeto urbano executado na cidade de Zadar, na Croácia e faz parte de um complexo sistema de reurbanização da costa desta cidade. Situado na costa de Zadar, uma cidade da Croácia, encontramos o Órgão do Mar. Este projeto é composto por um sistema de degraus cravados em rochas que têm no interior um interessante sistema de tubos que, quando empurradas pelos movimentos do mar, forçam o ar e, dependendo do tamanho e velocidade da onda, criam notas musicais, sons aleatórios.
Criado em 2005 ganhou o prémio europeu para espaços públicos (European Prize for Urban Public Space). O Órgão do Mar recebe turistas de várias partes do mundo, que vêm escutar uma música original que dá muita paz. O lugar também é conhecido por oferecer um belo pôr-do-sol, o que agrada ainda mais às pessoas que visitam a localidade. Zadar é uma bela cidade do litoral da Croácia e foi duramente castigada durante a 2ª Guerra Mundial. A criação do Órgão é também uma iniciativa para devolver um pouco do que o lugar perdeu com tanta destruição e sofrimento.
É interessante observar a estrutura interna das ‘escadas’. O detalhe das cordas e notas musicais, que somadas à energia das ondas, criam sons. As lacunas no concreto servem para o Órgão ‘respirar’ e também para levar os sons criados nos tubos. Um belo projeto, onde poucos elementos adquirem um máximo efeito.
Para ouví-lo, clique aqui:
Antes de pintarmos nossas pontes de verde, nossos monumentos de laranja, poderíamos buscar um pouco de arte e sentido para as ações urbanas.
A seguir, reproduzo a apresentação de um interessante grupo de artistas de São Paulo que com muita criatividade e bom humor fazem do cotidiano a tela de fundo para bonitas e singelas obras de arte.
Projeto 6emeia:
“O projeto 6emeia é o resultado da criação e iniciativa própria de dois artistas já conhecidos do bairro; Leonardo Delafuente (D lafuen T), morador do Bom Retiro e Anderson Augusto (SÃO), morador da Barra Funda. Parte do projeto vem da vontade de mudança e melhorias ao bairro e à própria cidade, melhorando assim esteticamente o caminho e trajeto de transeuntes e moradores, colorindo-o, alterando e propondo uma série de novas idéias e também os estimulando a colocar em prática o que ele tem de melhor em si em prol do benefício mútuo.
Há muito tempo tanto o Bom Retiro quanto a Barra Funda vem sendo especulados como futuros bairros-modelos-de-reestruturação-e-revitalização. Reergendo-se assim à altura da tradição e nome que ambos ostentam. Tradição inclusive artística, sendo o berço de diversos movimentos e mudanças.
E com os bueiros pintados propomos um novo tipo de linguagem entre arte/cidade e arte/pessoas. Mostrando-as que até o mais esquecido e indiferente objeto, se olhado com cuidado pode exalar arte. Os bueiros já pintados pelo 6emeia são como gotas coloridas em um imenso balde cinza.”
Creio que uma das principais conseqüências da arquitetura esteja no impacto que a mesma provoca no ambiente, pois independente de sua qualidade, transforma de forma intensa o meio onde é construída.
Se o estabelecimento de um artefato arquitetônico isolado já é uma tarefa extremamente difícil, a integração do mesmo com alguma edificação pré-existente torna-se muito mais complicada, na medida em que aquilo que já existe deva estar em sincronia com o novo, para que as relações entre ambos edifícios seja fértil, complementar e qualitativa.
A restauração do Moinho Colognese, localizado no centro de Ilópolis é um dos exemplos mais elogiáveis nesse sentido.
Construído para abrigar o Museu do Pão e a Escola de Panificação, o edifício anexo ao Moinho é de autoria dos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci da Brasil Arquitetura e prima pela excelência em sua construção, pelo rigor da sua volumetria e, principalmente, pelo respeito à construção existente, na medida em que a maior virtude do novo edifício é fazer com que o antigo Moinho se destaque no conjunto.
Para isso, ao invés de projetarem o anexo a partir de uma mimese barata, intenção inicial dos clientes no falso intuito de “manter o estilo” da antiga edificação, os arquitetos decidiram construir um objeto extremamente contemporâneo que, sem deixar de integrar-se com o meio, se estabeleça a partir de uma identidade própria altamente qualificada.
Através de uma pureza espacial e uma volumétrica elogiável, utilizando materiais sóbrios e fartamente encontrados no local, além de uma técnica construtiva simples, o projeto do Museu do Pão é um dos melhores exemplos de uma arquitetura autenticamente moderna, onde a qualidade do projeto reside nos detalhes e na relação entre as partes do conjunto e não na espetacularização isolada do novo edifício.
Quando projetamos determinada obra, por mais complexa que seja, todos os detalhes devem ser considerados para que o resultado absorva de maneira eficiente as mais variadas interferências realizadas pelo homem.
Ao imaginarmos um edifício residencial, por exemplo, além dos materiais e das técnicas construtivas a serem empregados em sua materialização, os arquitetos devem ter certeza que os espaços criados acomodem distintas disposições internas, pois a arquitetura de qualidade não se restringe apenas à edificação, mas na composição harmoniosa com os demais elementos que conformam seus espaços.
Neste sentido, um dos principais elementos que, em conjunto com as edificações estabelecem a beleza de uma obra, é o seu mobiliário.
A história do desenho do mobiliário tem um importante capítulo composto pelo trabalho realizado por alguns dos maiores arquitetos dos últimos tempos. Sem dúvida, o desenho destes objetos sempre manteve uma relação direta com a arquitetura.
Movimentos arquitetônicos históricos como o Arts and Crafts e a Bauhaus foram decisivos no desenvolvimento deste tipo de trabalho, tendo gerado alguma das mais brilhantes peças através das mãos de personagens como Marcel Breuer, Le Corbusier, Mies van der Rohe, Arne Jacobsen, Alvar Aalto e muitos outros.
Apresento aqui algumas das peças que tornaram-se ícones e que ainda são extremamente referentes na evolução do desenho tanto do mobiliário como da própria arquitetura.
O arquiteto húngaro Marcel Breuer desenhou a cadeira Wassily entre 1925-1926, enquanto estava na Bauhaus. O modelo conhecido como B3, foi revolucionário no uso dos materiais e em seu método de construção, inspirado na estrutura tubular de uma bicicleta. Mesmo que se refira a ela desta forma, Wassily foi apenas um apelido utilizado por um dos seus fabricantes ao saber como Kandinsky ficou maravilhado pela peça.
Em uma entrevista um ano depois de finalizada a exposição de Barcelona em 1929, o arquiteto germano-americano Mies van der Rohe comentou sobre o desenho da MR 90: “A cadeira é um objeto muito difícil. Todo aquele que tentou fazer alguma sabe disso. Existem infinitas possibilidades e muitos problemas – a cadeira tem que ser leve, forte, cômoda. É quase mais fácil construir um edifício do que uma cadeira.”
Um dos ícones do século XX, a cadeira Charles Eames foi a reinterpretação moderna da poltrona tradicional dos clubes ingleses, combinando tecnologia e trabalho artesanal feito à mão. A primeira peça foi produzida em 1956 e apresentada ao público no programa de televisão “Home” na NBC.
A utilização notável da madeira por parte do arquiteto finlandês Alvar Aalto resultou nesta cadeira desenhada no ano de 1931 para o Sanatório de Paimio. O desenho tinha como base incorporar certos efeitos emocionais através do uso da madeira e das formas sinuosas da cadeira, que produziam efeitos emocionais de familiaridade e confiança nos pacientes.
A famosa LC4, mais conhecida como Chaise Loungue, é fruto do trabalho de um dos mais importantes arquitetos do século XX: o franco-suíço Le Corbusier. O modelo de 1928 é parte de uma excelente série de móveis desenhados como resposta a inquietude que surge em Corbusier pelo equipamento das edificações.
De todas as características encontradas na boa arquitetura, aquelas que mais admiro são o rigor, a universalidade e a economia de meios. O rigor na obra representa a preocupação com aquilo que é estritamente necessário para sua correta construção, enquanto que a universalidade representa o seu caráter atemporal, ou seja, a desvinculação de qualquer moda ou tendência.
Mas para mim, a característica que mais representa a boa arquitetura é sua economia de meios. Infelizmente, para muitos arquitetos a palavra “economia” assusta na medida em que muitas vezes é traduzida como “falta de condições financeiras” para executar determinado projeto, ou pior, falta de criatividade do profissional. Nada mais longe da realidade. A verdadeira economia de meios na arquitetura representa que a construção de qualquer artefato será produzida a partir da inteligente reunião de um número reduzido de materiais, sendo que esta associação deverá ser conduzida através de um lógico processo de composição.
A economia de meios luta contra o excesso que caracteriza grande parte da arquitetura da atualidade, que muitas vezes é composta por uma quantidade absurda de elementos em sua constituição. Isto apenas fomenta a incompreensão e o caos urbano na medida em que resulta em edifícios exagerados que se tornam totalmente alienados ao meio próximo.
O arquiteto deve entender que o objetivo de sua obra não deve ser o impacto ou espanto, pois estas sensações não são capazes de assegurar a qualidade de determinada arquitetura. Ao invés disto, o bom profissional deveria realizar um esforço mental no sentido de resolver cada detalhe construtivo com precisão e coerência, para que o produto do seu trabalho se destaque pela simplicidade e não pelo excesso.
Dizem que para a boa arquitetura não existe escala, ou seja, não importa o tamanho. Pequeno ou grande, o bom projeto se destaca pela correta relação entre suas partes, independentemente das suas dimensões. Prova disto é a Slice House, eleita para representar o Brasil na IV Bienal de Arquitetura Latino-americana no Peru, em 2004.
Projetado pelo escritório inglês Procter & Rihl, esta residência faz referência direta à arquitetura moderna sem deixar de apresentar um caráter contemporâneo extremamente marcante. A modernidade surge através da utilização de materiais como o concreto armado, que adquirem uma característica contemporânea através de uma complexa geometria prismática.
O maior desafio para a construção deste edifício eram as reduzidas dimensões encontradas no terreno, pois este era parte de um resíduo urbano, uma característica extremamente desagradável nos contextos urbanos atuais. Com 3,7m x 38,5m de dimensão, os arquitetos decidiram pela única saída: construir uma volumetria linear ao longo de todo o lote.
Assim, foi adotada uma espacialidade que se desenvolve dentro de uma forma prismática de modo a estabelecer uma série de distorções espaciais que acabam criando a ilusão de um espaço maior neste estreito terreno.
Ao invés de neutralizar a linearidade do solar, o projeto toma partido desta característica. Como a largura do terreno passa de 3,7m para 4,8m, foram dispostos uma série de planos inclinados de modo a neutralizar as perspectivas lineares, fazendo com que o usuário compreenda o espaço pouco a pouco.
Estruturada através das paredes laterais, a casa desenvolve-se ao redor de um pátio interno, estabelecendo assim diferentes percepções dos diversos espaços da residência.
A Casa Fatia, como é conhecida no Brasil, prova que os maiores desafios estão nas menores e mais simples soluções.
Ah, antes de terminar, vale a informação: esta casa fica em Porto Alegre.
Toda obra de arquitetura, de uma forma ou de outra tem impactos sobre o ambiente. Na escolha de materiais e processos construtivos são estabelecidas conseqüências quanto a métodos de extração dos seus componentes, aos mecanismos da sua transformação, a gastos de energia e emissões associadas, e posteriormente quanto a requisitos de manutenção, demolição, reciclagem. No entanto, raras vezes essas preocupações são consideradas por aqueles que promovem os edifícios ou pelos técnicos que os projetam.
O ambiente construído é um bem relativamente duradouro. Todas as decisões de projeto devem ser estabelecidas a partir de critérios globais, e não apenas visando a economia dos custos da construção.
A questão da energia é, de todos os critérios que envolvem uma obra, uma das mais importantes para a manutenção de uma boa qualidade de vida. A pressão exercida pelo preço dos combustíveis, as flutuações na oferta e as considerações ambientais que lhe estão associadas, faz com que este seja um tema merecedor de crescente atenção. Os edifícios consomem uma boa fatia da produção energética de cada país. Melhorar sua eficiência deve ser um dos principais objetivos do arquiteto.
Entretanto, um dos maiores problemas para que este tema tenha um avanço significativo, é a falsa impressão de que a adequação do desenho de um edifício à características que proporcionem uma melhor eficiência energética, geram um aumento significativo de custos de construção.
A Casa DT, projetada pelo arquiteto Jorge Graça Costa, situada em Oeiras, Portugal, é um exemplo interessante de um projeto que reflete na sua base muitas destas preocupações, pois demonstra de forma exemplar como a eficácia energética resulta não tanto da exibição de meios – tecnológicos ou materiais – mas da sua capacidade em responder racionalmente às muitas exigências que a vivência humana lhe coloca.
A partir de uma volumetria extremamente simples e compacta, a disposição dos espaços internos obedece a uma regra que visa fundamentalmente a utilização racional da energia natural. Desta forma, não surpreende que o pavimento superior esteja parcialmente projetado sobre o térreo, pois esta disposição permite o sombreamento do pavimento inferior sem interferir na luminosidade destes ambientes. Além disto, todas as fachadas do edifício foram concebidas a partir de um estudo minucioso da incidência do sol sobre o objeto, de forma a promover uma maior eficiência térmica aos espaços internos.
Por mais simples que possa parecer, o fundamental desta estratégia é que o resultado plástico do edifício não foi um mero acaso, ou uma simples busca por um formalismo artificial, mas surgiu da necessidade de prover conforto à edificação. Com extrema simplicidade, sentido de economia e racionalidade, a Casa DT é um exemplo de que a arquitetura pode e deve ser funcional, sustentável e, acima de tudo, bela.