Uma das qualidades mais importantes na criação de qualquer obra arquitetônica é a pertinência da mesma em relação ao local onde será construída. A relação com o espaço que a circunda, seja este natural ou construído, é fundamental para que o novo edifício estabeleça relações que auxiliem na qualificação do lugar.
O interessante, é que as relações estabelecidas entre obra e lugar não precisam ser de continuidade ou mimetismo. Muitas vezes, os contrastes estabelecidos entre ambos elementos é que proporcionam a beleza ao conjunto. Este parece ser o caso da casa Buzzeta, de autoria do arquiteto Felipe Assadi.
Construída no Chile (país onde se produz atualmente uma das mais qualificadas arquiteturas do mundo), esta é uma residência de verão localizada sobre uma encosta de 120 metros de altura em relação ao mar. O lugar apresenta excelentes condições para o vôo em parapente, o que sugeria um volume que se enfrentasse ao vento, potencializando a condição da pendente de forma a estabelecer uma dramática relação com o mar.
As fachadas da residência foram desenhadas a partir de distintas estratégias em relação ao entorno. A fachada voltada ao mar abre-se por completo no intuito de estimular as vistas sobre o oceano enquanto que a face posterior, orientada ao acesso do edifício, é formada por um sistema duplo de painéis de madeira, que ao camuflar a porta de entrada estimula a criação de uma grande tela. As fachadas laterais estão trabalhadas com janelas circulares, que somadas com a inclinação do volume, recordam a uma nave que contrasta com o plano de fundo formado pelo mar.
O interior da edificação está estruturada de forma simétrica, ordenado por um espaço de dupla altura ao qual está distribuído os demais ambientes. Este espaço está protegido da insolação através de uma série de perfis de madeira que são agrupados de modo a estabelecerem um grande quebra sol (brise-soleil) que proporciona a sombra necessária para o conforto térmico do local. Aliando a pureza característica das boas arquiteturas, a simplicidade com que a casa Buzzeta enfrenta o lugar é uma das grandes lições da arquitetura contemporânea. No Chile, tem uma casa pronta para voar.
Recebi um interessante e-mail com um projeto surpreendente. Vale a pena conferir!
Este é um projeto urbano executado na cidade de Zadar, na Croácia e faz parte de um complexo sistema de reurbanização da costa desta cidade. Situado na costa de Zadar, uma cidade da Croácia, encontramos o Órgão do Mar. Este projeto é composto por um sistema de degraus cravados em rochas que têm no interior um interessante sistema de tubos que, quando empurradas pelos movimentos do mar, forçam o ar e, dependendo do tamanho e velocidade da onda, criam notas musicais, sons aleatórios.
Criado em 2005 ganhou o prémio europeu para espaços públicos (European Prize for Urban Public Space). O Órgão do Mar recebe turistas de várias partes do mundo, que vêm escutar uma música original que dá muita paz. O lugar também é conhecido por oferecer um belo pôr-do-sol, o que agrada ainda mais às pessoas que visitam a localidade. Zadar é uma bela cidade do litoral da Croácia e foi duramente castigada durante a 2ª Guerra Mundial. A criação do Órgão é também uma iniciativa para devolver um pouco do que o lugar perdeu com tanta destruição e sofrimento.
É interessante observar a estrutura interna das ‘escadas’. O detalhe das cordas e notas musicais, que somadas à energia das ondas, criam sons. As lacunas no concreto servem para o Órgão ‘respirar’ e também para levar os sons criados nos tubos. Um belo projeto, onde poucos elementos adquirem um máximo efeito.
Para ouví-lo, clique aqui:
Antes de pintarmos nossas pontes de verde, nossos monumentos de laranja, poderíamos buscar um pouco de arte e sentido para as ações urbanas.
A seguir, reproduzo a apresentação de um interessante grupo de artistas de São Paulo que com muita criatividade e bom humor fazem do cotidiano a tela de fundo para bonitas e singelas obras de arte.
Projeto 6emeia:
“O projeto 6emeia é o resultado da criação e iniciativa própria de dois artistas já conhecidos do bairro; Leonardo Delafuente (D lafuen T), morador do Bom Retiro e Anderson Augusto (SÃO), morador da Barra Funda. Parte do projeto vem da vontade de mudança e melhorias ao bairro e à própria cidade, melhorando assim esteticamente o caminho e trajeto de transeuntes e moradores, colorindo-o, alterando e propondo uma série de novas idéias e também os estimulando a colocar em prática o que ele tem de melhor em si em prol do benefício mútuo.
Há muito tempo tanto o Bom Retiro quanto a Barra Funda vem sendo especulados como futuros bairros-modelos-de-reestruturação-e-revitalização. Reergendo-se assim à altura da tradição e nome que ambos ostentam. Tradição inclusive artística, sendo o berço de diversos movimentos e mudanças.
E com os bueiros pintados propomos um novo tipo de linguagem entre arte/cidade e arte/pessoas. Mostrando-as que até o mais esquecido e indiferente objeto, se olhado com cuidado pode exalar arte. Os bueiros já pintados pelo 6emeia são como gotas coloridas em um imenso balde cinza.”
Já ouviu falar em terrário? Pois saiba que, mesmo sem espaço para plantar um jardim você pode ter uma microfloresta dentro de seu lar. Vistos como um verdadeiro resumo da natureza, os terrários afloram a imaginação ao fazer nos sentirmos gigantes.
Os terrários podem ser feitos em qualquer tipo de vaso, desde que os mesmos sejam transparentes. Essas paisagens em miniatura também são uma ótima ideia para quem vive em espaços pequenos e deseja resgatar a proximidade com o verde.
Cenas fabulosas e povoadas por bichos de plástico, bonecas e caveiras dão a sensação de mundos particulares para alguns tipos de terrário. Basta apenas usar a imaginação. Vale lembrar que, se for bem feito e cuidado, um terrário dura anos. Para isso, procure utilizar plantas com necessidades de manutenção parecidas. O melhor é que tenham folhas pequenas e de crescimento lento.
Confira alguns exemplos nas imagens abaixo:
Dizem que para a boa arquitetura não existe escala, ou seja, não importa o tamanho. Pequeno ou grande, o bom projeto se destaca pela correta relação entre suas partes, independentemente das suas dimensões. Prova disto é a Slice House, eleita para representar o Brasil na IV Bienal de Arquitetura Latino-americana no Peru, em 2004.
Projetado pelo escritório inglês Procter & Rihl, esta residência faz referência direta à arquitetura moderna sem deixar de apresentar um caráter contemporâneo extremamente marcante. A modernidade surge através da utilização de materiais como o concreto armado, que adquirem uma característica contemporânea através de uma complexa geometria prismática.
O maior desafio para a construção deste edifício eram as reduzidas dimensões encontradas no terreno, pois este era parte de um resíduo urbano, uma característica extremamente desagradável nos contextos urbanos atuais. Com 3,7m x 38,5m de dimensão, os arquitetos decidiram pela única saída: construir uma volumetria linear ao longo de todo o lote.
Assim, foi adotada uma espacialidade que se desenvolve dentro de uma forma prismática de modo a estabelecer uma série de distorções espaciais que acabam criando a ilusão de um espaço maior neste estreito terreno.
Ao invés de neutralizar a linearidade do solar, o projeto toma partido desta característica. Como a largura do terreno passa de 3,7m para 4,8m, foram dispostos uma série de planos inclinados de modo a neutralizar as perspectivas lineares, fazendo com que o usuário compreenda o espaço pouco a pouco.
Estruturada através das paredes laterais, a casa desenvolve-se ao redor de um pátio interno, estabelecendo assim diferentes percepções dos diversos espaços da residência.
A Casa Fatia, como é conhecida no Brasil, prova que os maiores desafios estão nas menores e mais simples soluções.
Ah, antes de terminar, vale a informação: esta casa fica em Porto Alegre.
Instalação de suportes de madeira e treliça pintado em vasos. Considere as suas cores. De uma olhada no seu ambiente geral e decoração da sua casa, a fim de estender o olhar para a área externa e, assim, ampliar sua sala de estar. É bom usar a cor para dar vida e interesse, mas sem exagero. O seu espaço ao ar livre é especialmente lhe trazer paz e relaxamento.