Toda obra de arquitetura, de uma forma ou de outra tem impactos sobre o ambiente. Na escolha de materiais e processos construtivos são estabelecidas conseqüências quanto a métodos de extração dos seus componentes, aos mecanismos da sua transformação, a gastos de energia e emissões associadas, e posteriormente quanto a requisitos de manutenção, demolição, reciclagem. No entanto, raras vezes essas preocupações são consideradas por aqueles que promovem os edifícios ou pelos técnicos que os projetam.
O ambiente construído é um bem relativamente duradouro. Todas as decisões de projeto devem ser estabelecidas a partir de critérios globais, e não apenas visando a economia dos custos da construção.
A questão da energia é, de todos os critérios que envolvem uma obra, uma das mais importantes para a manutenção de uma boa qualidade de vida. A pressão exercida pelo preço dos combustíveis, as flutuações na oferta e as considerações ambientais que lhe estão associadas, faz com que este seja um tema merecedor de crescente atenção. Os edifícios consomem uma boa fatia da produção energética de cada país. Melhorar sua eficiência deve ser um dos principais objetivos do arquiteto.
Entretanto, um dos maiores problemas para que este tema tenha um avanço significativo, é a falsa impressão de que a adequação do desenho de um edifício à características que proporcionem uma melhor eficiência energética, geram um aumento significativo de custos de construção.
A Casa DT, projetada pelo arquiteto Jorge Graça Costa, situada em Oeiras, Portugal, é um exemplo interessante de um projeto que reflete na sua base muitas destas preocupações, pois demonstra de forma exemplar como a eficácia energética resulta não tanto da exibição de meios – tecnológicos ou materiais – mas da sua capacidade em responder racionalmente às muitas exigências que a vivência humana lhe coloca.
A partir de uma volumetria extremamente simples e compacta, a disposição dos espaços internos obedece a uma regra que visa fundamentalmente a utilização racional da energia natural. Desta forma, não surpreende que o pavimento superior esteja parcialmente projetado sobre o térreo, pois esta disposição permite o sombreamento do pavimento inferior sem interferir na luminosidade destes ambientes. Além disto, todas as fachadas do edifício foram concebidas a partir de um estudo minucioso da incidência do sol sobre o objeto, de forma a promover uma maior eficiência térmica aos espaços internos.
Por mais simples que possa parecer, o fundamental desta estratégia é que o resultado plástico do edifício não foi um mero acaso, ou uma simples busca por um formalismo artificial, mas surgiu da necessidade de prover conforto à edificação. Com extrema simplicidade, sentido de economia e racionalidade, a Casa DT é um exemplo de que a arquitetura pode e deve ser funcional, sustentável e, acima de tudo, bela.
O Apartamento decorado do Piazza San Marco, foi aberto a visitação e estará disponível até meados de dezembro. O objetivo de fazer um apartamento decorado no Piazza San Marco, foi propiciar aos proprietários de imóveis do Residencial e aos que ainda serão, uma visão real dos espaços e das possibilidades em distribuição dos cômodos.
As arquitetas responsáveis pelo projeto foram Bethina Wulff e Maria José Neves Frapiccini. Segundo elas:
“Na concepção do apartamento Decorado deste Empreendimento, determinou-se que ele seria para um casal jovem com 2 filhos: Uma menina de 12 anos e um menino de 8 anos. A partir desta definição, cada ambiente privilegiou características que consideramos para a família e para cada um, mais especificamente, conforme segue:
Cozinha – área de convivência onde o astro inspirador é o cozinheiro, a área de trabalho é reservada e ao mesmo tempo integrada às salas.
Estar/Jantar – o espaço do living possui uma identidade atemporal e cosmopolita. Nas pitadas clássicas que criam um clima de sobriedade, alia-se design em uma proposta integrada de convivência, trazendo inclusive a área que seria externa com a churrasqueira para “dentro”, harmoniosamente. A forma em “L” das janelas inteiras da sacada fechada, traz luz natural criando um espaço gostoso de ficar e tomar uma sol em um clima “zen”. Para conforto, a automação e iluminação criam diversas cenas no ambiente, conforme o desejo dos usuários.
Lavabo – prático e com um visual impecável. O espaço foi criado com requinte e modernidade em harmonia com a proposta do residencial, um contraponto do luxo do lustre de cristal ao ladrilho hidráulico, que remete ao piso da antiga casa Fischer que fará parte da área comum do Residencial.
Dormitório Menina – o espaço alia conceitos de estudo e funcionalidades, presentes no zoneamento das áreas de vestir, dormir, estudar e se arrumar. Destaque para as cores e texturas dos tecidos e papel de parede, o cômodo tem um “ar fashion” como uma menina gosta de se sentir.
Dormitório Menino – o destaque para o papel de parede e os acessórios fica por conta de um “menino que curte viajar”, possui também uma cama extra para que ele receba amigo (prática normal e saudável para esta idade). Os espaços, entre camas, blocos de subir e os demais, são totalmente aproveitáveis em gavetas multiuso, baús, etc. Tudo para uma gama de possibilidades até de “colecionador de souvenires”.
Banho dos filhos – a mistura de cores do dormitório da menina e do menino foi o conceito determinante que se destaca no azulejo utilizado no box.
Suíte do Casal – o espaço é contemporâneo e mescla estilos, em três áreas distintas que conversam entre si: o banheiro, o dormitório e a área de vestir. A moderna cabeceira com papel de parede e luminárias pendentes que ladeiam a cama é destaque no ambiente. O ponto alto também é o grande espaço de circulação e a entrada de luz externa.
Banho Casal – mescla de matérias nobres e sofisticadas com elementos aconchegantes e leves.
Lavanderia – a lavanderia segue a tendência de espaços contemporâneos multiuso. Destaque para a cortina que remete as cores utilizadas na cozinha e estar.”
“Assim, estamos agora, apenas observando como as pessoas estão assimilando as propostas, dando e pedindo sugestões para seus imóveis com suas diferentes famílias. Estamos também muito felizes por executar um projeto de tamanha importância como é o Empreendimento Imobiliário – Piazza San Marco Residencial, que prima pelos cuidados dos espaços e valorização com o todo. Sem dúvida, é uma experiência muito significativa.”
Quando falo que a arquitetura que mais me atrai é aquela que é simples, não quero dizer que gosto das coisas desprovidas de complexidade, ou demasiadamente mínimas. Gosto sim, daquela arquitetura construída de forma elementar, ou seja, sem que o supérfluo interfira na sua constituição, fazendo da pureza dos volumes sua maior virtude.
Digo isso porque para mim, arquitetura é feita de luz e sombra. Somente a partir dos efeitos da iluminação nas superfícies das construções – e quanto mais elementar o plano melhor a luz irá incidir – é que podemos interpretar seu desenho e apreciar sua beleza.
Sempre lembro de um professor que um dia me disse que um dos problemas do português (não o de Portugal, mas o nosso brasileirês mesmo) é que ele concentra muitas interpretações em uma só palavra. Assim, quando falamos em arquitetura simples, a maioria das pessoas pensa numa obra sem graça, sem efeitos, sem vida.
Mas pelo contrário, a simplicidade da arquitetura é uma das maiores virtudes de um projeto, pois se elementos simples são arranjados da forma adequada, os efeitos serão espetaculares, mesmo que todo o edifício possa ser definido como “elementar”.
Como exemplo, apresento um projeto residencial de autoria do arquiteto paulistano Marcio Kogan. Construída em Brasília, a planta Casa Osler pode ser definida como uma “T”, onde o segundo pavimento se arranja de forma perpendicular em relação ao térreo, criando uma relação simples porém marcante entre as partes do edifício.
Outra característica fundamental é a riqueza dos detalhes em prol de uma volumetria extremamente elementar.
Quando o simples é belo, tudo fica mais fácil.
UM DESTAQUE ESPECIAL PARA UM EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO QUE PRIVILEGIA A CIDADE E AS PESSOAS, PELO RESPEITO E VALORIZAÇÃO.
Localizado na Rua Heller, em Novo Hamburgo, certamente uma das ruas mais charmosas da cidade, pois está em um ponto privilegiado e possui uma característica muito residencial, quase bucólica.
A escolha do terreno vai de encontro ao que se esperava do empreendimento, ou seja, um espaço único que preserva a calma e o charme de antigamente, mesmo inserido dentro de um tecido urbano às vezes bastante caótico.
Conceito do empreendimento – o projeto partiu de 2 premissas básicas:
• Ambiente sustentável: todo o projeto baseia-se no conceito da sustentabilidade, porém, não desta pseudo-sustentabilidade que vemos aflorar em todo e qualquer tipo de empreendimento. O conceito sustentável foi definido de forma ampla, atuando em todos os aspectos do projeto. Esta sustentabilidade parte do princípio de manter e preservar uma residência histórica que tem uma importância arquitetônica impar para a cidade. Segue ao longo de toda a construção do edifício, onde o material é reaproveitado dentro da própria obra e seu descarte é feito de forma controlada. Passa pelo reaproveitamento da madeira das árvores que foram cortadas para dar lugar ao empreendimento e que serão reaproveitadas na construção e na configuração estética do edifício, pois serão utilizadas como revestimento em determinados locais e transformadas em bancos ou brinquedos para utilização dos moradores. Além disso, o projeto comporta uma série de tecnologias sustentáveis que serão posteriormente relatadas.
• A concepção das unidades residenciais buscou evidenciar uma distribuição inteligente dos espaços, estabelecendo uma relação coerente entre os ambientes. A busca foi por um produto que oferecesse espaços de qualidade onde a flexibilidade estivesse presente de forma plena, possibilitando assim uma série de alterações internas de forma a suprir a necessidade de cada família. Desta forma, a forma exterior do edifício nada mais é do que o resultado da configuração destes espaços internos, ou seja, é a verdadeira expressão de uma arquitetura coerente e pertinente com seu tempo, sem adornos ou excessos.
Com o Projeto Arquitetônico de Rafael Spindler ele mesmo descreve como foi seu conceito e inspirações:
“Passado, presente e futuro
– Implantado em um terreno com mais de 2.400,00 m², o residencial Piazza San Marco estabelece uma relação toda especial com a cidade, na medida em que contempla o novo a partir da existência do antigo.
Neste sentido, sem recorrer à imitação como meio de integração, a casa Alles/Fisher, construída nos anos 40, é o ponto de partida de um projeto que prima pela eficiência dos espaços, pela racionalidade formal e pela sustentabilidade ambiental.
A construção de uma única torre foi determinante para a criação de uma grande área condominial, estabelecendo dimensões generosas que garantem a qualidade e a comodidade dos espaços projetados.
Com apartamentos amplos, funcionais e flexíveis, o empreendimento cumpre o objetivo de promover unidades extremamente confortáveis, onde as dimensões generosas do interior são ampliadas visualmente pela transparência das grandes aberturas e dos parapeitos de vidro das sacadas.
Através de uma arquitetura pura, sem que o supérfluo interfira na sua constituição, o Residencial Piazza San Marco responde de maneira eficaz aos aspectos primordiais e obrigatórios de qualquer situação arquitetônica: o programa, o lugar e a construção.
Ao olhar para o passado, construímos no presente, o morar do futuro.”
Gerhard + Spindler arquitetura
“Com um projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco estabelece um novo conceito de morar, onde a integração entre o passado e o presente determina um ambiente inspirador.”
Diferenciais da infraestrutura (conceito verde, automação, segurança, etc):
O empreendimento proporciona que seu usuário desfrute de uma série de facilidades tecnológicas no sentido de proporcionar segurança e economia acima de tudo.
• Automação: As unidades estarão aptas a receber qualquer tipo de tecnologia de automação residencial, na medida em que os projetos complementares foram desenvolvidos em conjunto com o arquitetônico, compatibilizando ao máximo todos os aspectos do projeto.
• Aquecimento solar: O edifício será dotado com sistema de aquecimento de água solar, dispensando o uso de aquecedores nas unidades. Como em um hotel, a água quente fica constantemente circulando na coluna vertical de alimentação dos aptos, ingressando em cada unidade de acordo com a necessidade do usuário. Este sistema, além de ser extremamente benéfico para o meio ambiente, gera uma significativa economia na conta de luz.
• Reaproveitamento das águas da chuva: o empreendimento capta a água das chuvas e armazena em uma cisterna para que seja utilizado na irrigação dos jardins e limpeza das calçadas.
• Tratamento de efluentes: O empreendimento possui um sistema completo de tratamento de água, ou seja, todo o esgoto do edifício é tratado de forma plena, sendo reutilizada a água tanto para descargas dos vasos sanitários como também para irrigação de jardins. O excesso é devolvido para o sistema público de forma limpa e tratada.
• Fechadura biométrica: Os aptos serão dotados de acesso através de uma fechadura biométrica que proporcionará maior segurança para o usuário.
• Tubulação de água flexível: Sistema importado da Itália, apresenta muitas vantagens em relação ao sistema tradicional: facilidade de manutenção, sem necessidade de quebrar pisos ou paredes, suporta altas temperaturas, é independente e esta conectada a um CD- Centro de Distribuição. Em caso de vazamento, apenas esta tubulação é desconectada e trocada, sem danos materiais.
• Medição Individualizada de água: Outra grande inovação implantada é a Medição Individualizada de Água. Este sistema permite que cada apartamento tenha um medidor somente seu, e que os moradores paguem a água consumida somente por eles, não havendo processo de rateio do valor total por todos os condôminos, como normalmente é feito. Apenas a água utilizada pelas áreas de uso comum será dividida entre todos. Será medido tanto a água quente como a água fria.
Ficha Técnica:
• Incorporação: Athivabrasil Empreendimentos Imobiliários
• Construção: Ópera Engenharia LTDA
• Projeto Arquitetônico: Gerhard + Spindler arquitetura
• Projeto estrutural: Pasquali e Associados
• Área total do empreendimento: 12.302,12m²
• Área privativa (apartamentos): 5.699,63 m²
• Área condominial (salão de festas, estacionamento, hall, etc.): 5.501,84m²
• Área descoberta (piscina, playground, jardim): 1.100,65m²
17
• Pavimentos tipo com 3 aptos em cada pavimento.
Total de 51 unidades divididas da seguinte forma:
• 17 aptos 3 dormitórios sendo 1 suíte. Lavabo (final 01): 125,38m²
• 17 aptos 3 dormitórios sendo 1 suíte. Lavabo (final 02): 116,35m²
• 17 aptos 2 dormitórios sendo 1 suíte (final 03): 89,26m²
• Vagas de estacionamento: 99 vagas cobertas sendo que 15 delas são duplas, totalizando 114 vagas de estacionamento.
Esta semana um colega me perguntou o que eu achava a respeito do minimalismo, um conceito que normalmente é remetido a espaços ou lugares compostos por um mínimo de elementos construtivos.
Minha primeira reação foi comentar que, primeiro de tudo, devemos abandonar a idéia do minimalismo como estilo para considerá-lo como uma maneira de pensar em relação ao espaço, onde suas proporções, superfícies e o modo em que deixa passar a luz, resulte na expressão simples de um pensamento complexo.
Digo isto porque um dos grandes equívocos em relação aos espaços mínimos é que estes são geralmente associados a movimentos onde a renúncia constitui um aspecto essencial. Porém, o minimalismo nunca deve ser visto como uma arquitetura privativa, abnegada ou ausente, pois não é definida pelo que falta, mas sim pelo caráter acertado do que está presente. Em outras palavras, não se trata de estabelecer uma arquitetura de privação, mas sim de criar contextos idôneos para as coisas que importam no espaço, reduzindo os elementos de aparência para aquilo que é fundamental.
Geralmente, as pessoas tendem a centrar-se na idéia da renúncia como se, em certo modo, se tratasse somente de se desfazer dos móveis e pintar as paredes de branco. Em contrapartida para mim, a qualidade deste tipo de espaço não reside na negação, mas sim na total clareza visual, onde o olho, a mente e o corpo estão cômodos, sem nada que distraia o pensamento. É colocar ênfase na qualidade das experiências sensoriais, colocando sempre o indivíduo no centro.
Vivemos preocupados por idéias em relação ao futuro quando, em realidade, tentamos constantemente fazer com que o presente nos pareça sempre novo e atraente. Na arquitetura isto se traduz em contínuos programas de reformas, onde mudamos tudo ao mesmo tempo em que nada. Se o motivo do nosso interesse pelo futuro é o desejo de lograr um presente que nos satisfaça – no plano físico, visual e psicológico – é possível desenvolver formas perpetuamente interessantes, que existam a margem da influência da moda e do passar do tempo? Isto é o que, na minha opinião, a estética da simplicidade, com seu vasto potencial de riqueza e sensualidade, nos oferece.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Esta bela casa para um casal contemporâneo minimalista faz uso do espaço negativo de forma esplêndida. A localização da casa no terrono torna o projeto de uma dramaticidade impar, pois é caracterizado por uma encosta íngreme e uma árvore de chá única. Sua localização permitiu o projeto de se tornar uma exploração em que encerra os rituais básicos da vida doméstica dentro de formas de construção contidas.
Dizem que os edifícios projetados pelo arquiteto alemão radicado nos EUA Mies van der Rohe, sendo ou não bem sucedidos, são sempre uma afirmação sobre o mundo e nunca simplesmente uma afirmação sobre si mesmo. Este talvez seja um dos principais motivos de sua inegável influência sobre a arquitetura mundial.
No ano de 1945, a física Edit Farnsworth encomenda a Mies van der Rohe uma residência de final de semana, que viria a ser construída em uma das suas propriedades localizada próxima a cidade de Chicago.
O desenho do projeto revela de forma sublime o resultado prático de um dos mais famosos lemas do arquiteto, “menos é mais”. Construída sobre oito colunas de aço, a casa parece flutuar sobre o terreno, resultando em um volume extremamente puro e leve. Porém, antes de ser visto como um capricho do autor, a elevação do edifício se fez necessária devido aos períodos em que o rio transborda, alagando grande parte da propriedade.
O edifício se organiza a partir de duas plataformas retangulares que, dispostas em níveis distintos, distribuem todo o programa residencial. Seu perímetro construído com painéis de vidro do piso ao teto expande o espaço interno em direção ao exterior.
A partir da comunhão desta profunda horizontalidade com a transparência absoluta, o espaço residencial flui de forma excepcional, compondo com a natureza um conjunto perfeitamente equilibrado. Os recursos mínimos, porém não menos complexos, são um dos principais motivos desta arquitetura.
Em resumo, desde uma perspectiva geral, poderíamos nos referir a casa Farnsworth como uma caixa retangular de vidro suspensa por uma superfície plana, idêntica a que lhe serve de cobertura.
Construída a mais de cinqüenta anos, a casa Farnsworth continua servindo de exemplo para inúmeros arquitetos de todo o mundo.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Sempre afirmo que a arquitetura deveria ser uma resposta lógica a um problema específico de determinado local. Isto significa que a forma de uma edificação deixa de ser um simples componente do projeto para adquirir um caráter mais profundo, sintetizando no seu desenho o programa, a técnica e o lugar.
Assim, na medida em que cada projeto passa a ser uma reação determinada por regras distintas, pois distintos são os lugares, técnicas construtivas e programas, o resultado sempre será único, mesmo que apresente características similares a outros edifícios.
Para ilustrar meu raciocínio dou como exemplos o edifício da Loja Forma em São Paulo, projeto do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha e o Museu Guggenheim de Bilbao, projetado pelo arquiteto canadense naturalizado americano Frank Gehry.
Construída em 1987, a Loja Forma apresenta uma geometria extremamente elementar, onde sua intensidade formal consegue atrair a atenção daquele que por ali passa sem ter que recorrer a formalismos inconseqüentes. Elevada do solo de modo a permitir que se estacione sob ele, o corpo do edifício apresenta um número reduzido de elementos na medida em que está localizado em uma avenida repleta de edificações de todas as formas e cores possíveis, que apenas materializam o caos existente do lugar. Junto à fachada frontal, surge uma única vitrine que, elevada e ocupando toda a largura do edifício, facilita sua visualização pelos que passam de carro em alta velocidade. Ao optar pela simplicidade construtiva/formal, considero o edifício de Paulo Mendes da Rocha um dos projetos mais importantes dos últimos 20 anos no Brasil.
Aberto em 1997, o Museu Guggenheim foi fruto de um concurso instituído com o intuito de revitalizar não somente a área adjacente ao edifício, mas toda a cidade de Bilbao, que passava por uma grande crise econômica. Neste sentido, a construção do museu deveria ter a capacidade de estabelecer uma ponte entre o turista e a cidade, de forma a aquecer sua economia. Vencido pelo arquiteto Frank Gehry, o edifício apresenta formas extremamente curiosas que criam um grande contraste com o entorno próximo. Sem nos determos aos pormenores da obra, podemos verificar uma certa validade no projeto de Gehry, pois mesmo dotada de uma geometria complicada acabou configurando um objeto pertinente em relação ao problema imposto pelo lugar, manipulando a forma de modo a relacioná-la com as condições que lhe deram origem.
Sem buscar algum tipo de comparação entre as obras, pois particularmente acho o projeto da Loja Forma de uma qualidade e um refinamento incomparável, podemos afirmar que ambos edifícios são estruturados a partir da busca por uma forte intensidade formal que os destaquem em relação ao lugar onde estão inseridos. Enquanto um opta pela simplicidade formal de modo a ter uma maior legibilidade em um meio urbano dotado de um excesso de formas e estímulos visuais, o outro busca exatamente o contrário, adotando uma forma insólita onde a lógica visual seja estabelecer um contraste com o território existente.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
A historiografia recente mostra que o desenvolvimento da arquitetura no Brasil está estruturado basicamente a partir da importação sistemática de um repertório de projetos construídos no hemisfério norte. Esta característica faz com que o mercado gere uma constante expectativa em relação à produção estrangeira, com o objetivo de obter uma coleção de modelos para a produção nacional.
Então fica a questão: Ao copiarmos estes exemplos, obteríamos o mesmo sucesso encontrado com os edifícios dos países Europeus?
É evidente que não. E isto pode ser explicado simplesmente pelo fato de que cada elemento proposto é o resultados de profundas e específicas reflexões ante os problemas encontrados apenas no lugar em que foram projetados. Ao reproduzir estes objetos em condições distintas, estaremos desrespeitando as características de cada cidade, criando uma arquitetura artificial e sem nenhum vínculo com o lugar.
Isto não quer dizer que não devemos analisar o que se concebe fora de nosso país, mas sim, que tenhamos uma grande capacidade de discernimento perante o mercado internacional, de modo a reinterpretar os resultados de acordo com as necessidades de nosso território.
É importante entender que o objetivo da arquitetura não é a busca pelo inovador ou o insólito. Estas características geralmente resultam em edificações confusas, que somente alimentam o caos contemporâneo encontrado nas cidades brasileiras.
Buscar inspiração em outras arquiteturas não deve resultar na cópia da mesma, mas sim, na eleição dos critérios que obtiveram êxito neste contexto, tomando-os como base para a criação de novos edifícios.
Antes de copiarmos a forma, devemos reproduzir os princípios.
Um excelente exemplo de reinterpretação é o projeto do MASP de autoria da arquiteta italiana radicada no Brasil, Lina Bo Bardi. Sua estrutura formal, resultado da exteriorização dos elementos de apoio em benefício da criação de um espaço interno totalmente livre, pode muito bem ter sido derivado do projeto do Crown Hall para a cidade de Chicago, uma das obras primas do arquiteto alemão radicado nos EUA, Mies van der Rohe.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Quando falamos em Patrimônio Cultural estamos nos referindo ao conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que pelo seu valor próprio devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo. Neste sentido, poderíamos afirmar que o Patrimônio Cultural é de fundamental importância para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das culturas. É a nossa herança do passado, com que vivemos hoje e que passaremos as próximas gerações.
A política da preservação do patrimônio cultural no Brasil tem percorrido um caminho crescentemente integrador das iniciativas públicas e particulares. Talvez lento, sob determinados pontos de vista, este processo apresenta tendências de desenvolvimento particularmente peculiar em determinados aspectos, diante de um progressivo movimento de educação e de conscientização das comunidades.
Neste sentido, verificamos algumas ações específicas que buscam, acima de tudo, orientar a sociedade em relação a importância e relevância dos recursos históricos e arquitetônicos como expressão de experiências e valores do passado, contribuindo para a construção de um senso de identidade e significado ligado a História do lugar.
E isto é fundamental na medida em que o desinteresse da grande maioria dos proprietários de imóveis passivos de tombamento, ou mesmo aqueles já tombados, pode ser explicado, sobretudo, pelo desconhecimento a respeito deste instrumento de proteção. O tombamento tem que ser visto com uma maior flexibilidade, pois não é mais, e nem pode ser entendido, como um instrumento que “congela” o imóvel, ou seja, uma vez tombado nada mais pode ser feito nele. É fundamental compreender que os imóveis tombados podem e devem ser alvo de intervenções, desde que se submetam seus projetos à avaliação dos órgãos de preservação.
A constituição de uma zona de preservação muitas vezes revaloriza bens que se encontram deteriorados, zelando por outros valores que não apenas os do mercado, mas também culturais, artísticos e históricos.
Reconhecer o valor do Patrimônio Cultural da cidade é uma responsabilidade do planejamento municipal que, através da implementação de uma política cultural específica e concreta, com a co-participação das comunidades, estimula o interesse histórico sobre o meio urbano de forma a contribuir de maneira fundamental na construção da memória cultural.
Em 2007 e 2008 aconteceram dois “Fóruns Pró-Patrimônio Cultural ASAEC”.
O primeiro foi com a temática “Possibilidades para o futuro da cidade”, o Fórum tem como objetivos ampliar os conhecimentos e a discussão de arquitetos e engenheiros em torno das questões do patrimônio cultural, especialmente o Patrimônio Edificado, além de atribuir significado às ações de preservação do Patrimônio Cultural e de sua gestão, entendendo os recursos históricos e arquitetônicos da região como expressão de experiências e valores do passado, contribuindo para a construção de um senso de identidade e significado ligado a História do local. O segundo focou o “Valorizar do Centro Histórico de Novo Hamburgo”e trouxe o Arquiteto Marcelo Ferraz, do escritório Brasil Arquitetura, além de diversos palestrantes para tratar da temática.
A preservação do Patrimônio Cultural não deve ser visto como uma estagnação urbana, mas sim como uma ferramenta de integração entre o passado, o presente e o futuro.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.