Dizem que os edifícios projetados pelo arquiteto alemão radicado nos EUA Mies van der Rohe, sendo ou não bem sucedidos, são sempre uma afirmação sobre o mundo e nunca simplesmente uma afirmação sobre si mesmo. Este talvez seja um dos principais motivos de sua inegável influência sobre a arquitetura mundial.
No ano de 1945, a física Edit Farnsworth encomenda a Mies van der Rohe uma residência de final de semana, que viria a ser construída em uma das suas propriedades localizada próxima a cidade de Chicago.
O desenho do projeto revela de forma sublime o resultado prático de um dos mais famosos lemas do arquiteto, “menos é mais”. Construída sobre oito colunas de aço, a casa parece flutuar sobre o terreno, resultando em um volume extremamente puro e leve. Porém, antes de ser visto como um capricho do autor, a elevação do edifício se fez necessária devido aos períodos em que o rio transborda, alagando grande parte da propriedade.
O edifício se organiza a partir de duas plataformas retangulares que, dispostas em níveis distintos, distribuem todo o programa residencial. Seu perímetro construído com painéis de vidro do piso ao teto expande o espaço interno em direção ao exterior.
A partir da comunhão desta profunda horizontalidade com a transparência absoluta, o espaço residencial flui de forma excepcional, compondo com a natureza um conjunto perfeitamente equilibrado. Os recursos mínimos, porém não menos complexos, são um dos principais motivos desta arquitetura.
Em resumo, desde uma perspectiva geral, poderíamos nos referir a casa Farnsworth como uma caixa retangular de vidro suspensa por uma superfície plana, idêntica a que lhe serve de cobertura.
Construída a mais de cinqüenta anos, a casa Farnsworth continua servindo de exemplo para inúmeros arquitetos de todo o mundo.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Sempre afirmo que a arquitetura deveria ser uma resposta lógica a um problema específico de determinado local. Isto significa que a forma de uma edificação deixa de ser um simples componente do projeto para adquirir um caráter mais profundo, sintetizando no seu desenho o programa, a técnica e o lugar.
Assim, na medida em que cada projeto passa a ser uma reação determinada por regras distintas, pois distintos são os lugares, técnicas construtivas e programas, o resultado sempre será único, mesmo que apresente características similares a outros edifícios.
Para ilustrar meu raciocínio dou como exemplos o edifício da Loja Forma em São Paulo, projeto do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha e o Museu Guggenheim de Bilbao, projetado pelo arquiteto canadense naturalizado americano Frank Gehry.
Construída em 1987, a Loja Forma apresenta uma geometria extremamente elementar, onde sua intensidade formal consegue atrair a atenção daquele que por ali passa sem ter que recorrer a formalismos inconseqüentes. Elevada do solo de modo a permitir que se estacione sob ele, o corpo do edifício apresenta um número reduzido de elementos na medida em que está localizado em uma avenida repleta de edificações de todas as formas e cores possíveis, que apenas materializam o caos existente do lugar. Junto à fachada frontal, surge uma única vitrine que, elevada e ocupando toda a largura do edifício, facilita sua visualização pelos que passam de carro em alta velocidade. Ao optar pela simplicidade construtiva/formal, considero o edifício de Paulo Mendes da Rocha um dos projetos mais importantes dos últimos 20 anos no Brasil.
Aberto em 1997, o Museu Guggenheim foi fruto de um concurso instituído com o intuito de revitalizar não somente a área adjacente ao edifício, mas toda a cidade de Bilbao, que passava por uma grande crise econômica. Neste sentido, a construção do museu deveria ter a capacidade de estabelecer uma ponte entre o turista e a cidade, de forma a aquecer sua economia. Vencido pelo arquiteto Frank Gehry, o edifício apresenta formas extremamente curiosas que criam um grande contraste com o entorno próximo. Sem nos determos aos pormenores da obra, podemos verificar uma certa validade no projeto de Gehry, pois mesmo dotada de uma geometria complicada acabou configurando um objeto pertinente em relação ao problema imposto pelo lugar, manipulando a forma de modo a relacioná-la com as condições que lhe deram origem.
Sem buscar algum tipo de comparação entre as obras, pois particularmente acho o projeto da Loja Forma de uma qualidade e um refinamento incomparável, podemos afirmar que ambos edifícios são estruturados a partir da busca por uma forte intensidade formal que os destaquem em relação ao lugar onde estão inseridos. Enquanto um opta pela simplicidade formal de modo a ter uma maior legibilidade em um meio urbano dotado de um excesso de formas e estímulos visuais, o outro busca exatamente o contrário, adotando uma forma insólita onde a lógica visual seja estabelecer um contraste com o território existente.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Para animar e deixar com o seu jeito de ser, quadros combinam perfeitamente com ambientes modernos e podem ser uma meneira simples de mostrar seu estilo. Você pode conferir maneiras de arranjar quadros na parede e combiná-los com tapetes, pratos e bandejas.
O colorido traz alegria. Neste apartamento, o arquiteto Gustavo Calazans montou a sala de jantar com móveis que o casal de moradores trouxe na mudança. “A mesa e as cadeiras Tulipa são clássicas e fáceis de combinar. Sugeri mesclá-las a duas cadeiras coloridas, que estavam na cozinha”, conta. A tapeçaria venezuelana, presente da mãe do proprietário, alegrou a parede, na qual pranchões laqueados compõem o aparador.
A parede de tijolos pintados de branco serve como moldura para a coleção de arte da moradora, que inclui nomes como Adriana Varejão e Rosângela Rennó. Tela de caveira de Marcelo Catalano. O neon é inspirado na obra da artista Jenny Holzer. Sofás da Novo Ambiente compõem o estar.
Nesta sala de estar, a estante de linhas retas, feita de freijó lavado foi projetada sob medida para guardar os livros e emoldurar o quadro do artista plástico Claudio Kuperman – o destaque do ambiente.
Neste espaço, o destaque é para a composição de quadros – todos eles emoldurados por Mara Molduras para formar o arranjo na parede. O banquinho mais alto foi desenhado pelo mestre Sergio Rodrigues. O abajur é da Bertolucci e o tapete, da Botteh.
Neste quarto, a composição de quadros na parede revela as referências culturais do morador. Coloridos e com diferentes tamanhos, a composição na parede também admite outros acessórios e deixa a parede da cabeceira ainda mais descolada.
Neste canto de refeições, sobressaem os pratos coloridos criados pela designer italiana Paola Navone. Eles substituem os quadros nesta composição e são fixados em um painel de freijó lavado.
Focada na vida rápida e descontraída dos casais modernos, este espaço da arquiteta Francisca Reis é uma garagem com cara de loft. “Aqui, os moradores guardam o carro no mesmo lugar em que recebem os amigos”, explica. O extenso móvel de nogueira expõe nas prateleiras objetos decorativos, enquanto os itens de mecânica se escondem nas partes fechadas. Para aguentar o tráfego do ambiente, piso de madeira de demolição. Fotos na parede de Beto Riginik.
Por que não usar quadros no banheiro? Neste ambiente, as plaquinhas de madeira com imagens de mulheres nuas são da década de 20 e foram garimpadas em uma das andanças da moradora em busca de matéria-prima para reciclar. Têm a mesma origem as pequenas molduras de bronze, que foram pintadas de branco e ganharam espelhos. (Fonte: Casa.abril.com.br)
A historiografia recente mostra que o desenvolvimento da arquitetura no Brasil está estruturado basicamente a partir da importação sistemática de um repertório de projetos construídos no hemisfério norte. Esta característica faz com que o mercado gere uma constante expectativa em relação à produção estrangeira, com o objetivo de obter uma coleção de modelos para a produção nacional.
Então fica a questão: Ao copiarmos estes exemplos, obteríamos o mesmo sucesso encontrado com os edifícios dos países Europeus?
É evidente que não. E isto pode ser explicado simplesmente pelo fato de que cada elemento proposto é o resultados de profundas e específicas reflexões ante os problemas encontrados apenas no lugar em que foram projetados. Ao reproduzir estes objetos em condições distintas, estaremos desrespeitando as características de cada cidade, criando uma arquitetura artificial e sem nenhum vínculo com o lugar.
Isto não quer dizer que não devemos analisar o que se concebe fora de nosso país, mas sim, que tenhamos uma grande capacidade de discernimento perante o mercado internacional, de modo a reinterpretar os resultados de acordo com as necessidades de nosso território.
É importante entender que o objetivo da arquitetura não é a busca pelo inovador ou o insólito. Estas características geralmente resultam em edificações confusas, que somente alimentam o caos contemporâneo encontrado nas cidades brasileiras.
Buscar inspiração em outras arquiteturas não deve resultar na cópia da mesma, mas sim, na eleição dos critérios que obtiveram êxito neste contexto, tomando-os como base para a criação de novos edifícios.
Antes de copiarmos a forma, devemos reproduzir os princípios.
Um excelente exemplo de reinterpretação é o projeto do MASP de autoria da arquiteta italiana radicada no Brasil, Lina Bo Bardi. Sua estrutura formal, resultado da exteriorização dos elementos de apoio em benefício da criação de um espaço interno totalmente livre, pode muito bem ter sido derivado do projeto do Crown Hall para a cidade de Chicago, uma das obras primas do arquiteto alemão radicado nos EUA, Mies van der Rohe.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Quando falamos em Patrimônio Cultural estamos nos referindo ao conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que pelo seu valor próprio devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo. Neste sentido, poderíamos afirmar que o Patrimônio Cultural é de fundamental importância para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das culturas. É a nossa herança do passado, com que vivemos hoje e que passaremos as próximas gerações.
A política da preservação do patrimônio cultural no Brasil tem percorrido um caminho crescentemente integrador das iniciativas públicas e particulares. Talvez lento, sob determinados pontos de vista, este processo apresenta tendências de desenvolvimento particularmente peculiar em determinados aspectos, diante de um progressivo movimento de educação e de conscientização das comunidades.
Neste sentido, verificamos algumas ações específicas que buscam, acima de tudo, orientar a sociedade em relação a importância e relevância dos recursos históricos e arquitetônicos como expressão de experiências e valores do passado, contribuindo para a construção de um senso de identidade e significado ligado a História do lugar.
E isto é fundamental na medida em que o desinteresse da grande maioria dos proprietários de imóveis passivos de tombamento, ou mesmo aqueles já tombados, pode ser explicado, sobretudo, pelo desconhecimento a respeito deste instrumento de proteção. O tombamento tem que ser visto com uma maior flexibilidade, pois não é mais, e nem pode ser entendido, como um instrumento que “congela” o imóvel, ou seja, uma vez tombado nada mais pode ser feito nele. É fundamental compreender que os imóveis tombados podem e devem ser alvo de intervenções, desde que se submetam seus projetos à avaliação dos órgãos de preservação.
A constituição de uma zona de preservação muitas vezes revaloriza bens que se encontram deteriorados, zelando por outros valores que não apenas os do mercado, mas também culturais, artísticos e históricos.
Reconhecer o valor do Patrimônio Cultural da cidade é uma responsabilidade do planejamento municipal que, através da implementação de uma política cultural específica e concreta, com a co-participação das comunidades, estimula o interesse histórico sobre o meio urbano de forma a contribuir de maneira fundamental na construção da memória cultural.
Em 2007 e 2008 aconteceram dois “Fóruns Pró-Patrimônio Cultural ASAEC”.
O primeiro foi com a temática “Possibilidades para o futuro da cidade”, o Fórum tem como objetivos ampliar os conhecimentos e a discussão de arquitetos e engenheiros em torno das questões do patrimônio cultural, especialmente o Patrimônio Edificado, além de atribuir significado às ações de preservação do Patrimônio Cultural e de sua gestão, entendendo os recursos históricos e arquitetônicos da região como expressão de experiências e valores do passado, contribuindo para a construção de um senso de identidade e significado ligado a História do local. O segundo focou o “Valorizar do Centro Histórico de Novo Hamburgo”e trouxe o Arquiteto Marcelo Ferraz, do escritório Brasil Arquitetura, além de diversos palestrantes para tratar da temática.
A preservação do Patrimônio Cultural não deve ser visto como uma estagnação urbana, mas sim como uma ferramenta de integração entre o passado, o presente e o futuro.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.
Hoje em dia, o mundo vive e respira todos os preceitos da sustentabilidade. Nesta verdadeira “geração dos reciclados” a nível global, nada melhor do que unir criatividade com a conscientização para com o meio ambiente. Uma bela ideia do que fazer com certos objetos que não utilizamos mais é usar a técnica da “reciclagem criativa”, reaproveitando-os com muito bom gosto em seus ambientes. Confira algumas dicas: